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QUEM ERA MARIA MADALENA?

QUEM ERA MARIA MADALENA?


Maria Madalena ? a prostituta mais conhecida da hist?ria. Mas pergunta-se, quem era mesmo Maria Madalena?
Todas as incertezas a respeito de Maria Madalena deve-se ? uma projeto totalmente alterada. Ela acabou presa entre as incongru?ncias da interjei??o moral crist? e a imagem arquet?pica da natureza feminina er?tica.

Existem poucas cita??es diretas sobre ela nos quatro evangelhos, por?m ela est? nominalmente presente nas passagens mais marcantes na vida do Cristo, como a Paix?o e a Ressurrei??o. Ela ? a disc?pula que ama o mestre acima de tudo e ? testemunha da Sua Ressurrei??o, sendo a portadora da Boa Nova. Por isso ela pode ser considerada a primeira ap?stola.
Marcos se refere a Maria Madalena como "aquela que Jesus havia tirado sete dem?nios". Lucas fala de uma mulher que segue Jesus, e que "havia sido curada de esp?ritos malignos e enfermidades"; se chamava Maria, provinha de uma cidade de Magdala, e Jesus expulsou dela sete diabos. Imediatamente antes disto, Lucas relata a cena com o fariseu, quando uma mulher sem nome lavou os p?s de Jesus com suas l?grimas, os secou com seus cabelos e logo o unge, em agradecimento ao perd?o por parte de Jesus por seus pecados.
A justaposi??o nos leva a acreditar que as duas mulheres se identificam em uma s?. A mesma hist?ria aparece em Mateus e Marcos, mas a mulher sem nome n?o ? tachada de pecadora e lhe foi dada muita import?ncia ao coloc?-la na ?ltima Ceia, em Betania. N?o unge os p?s de Jesus, mas sim sua cabe?a, de modo mais cerimonial em que se unge os reis, durante a cerim?nia de um sacrif?cio ritual. Ante a indigna??o dos disc?pulos, que argumentam que o azeite foi mal gasto, pois poderia ser vendido e dado aos pobres, Jesus pede que sua a??o seja considerada como um ato de celebra??o, dizendo:
-" Porque os pobres tereis sempre convosco, por?m a mim n?o me tereis sempre (Marcos).

Jo?o, no entanto, acrescenta uma complica??o a mais ao descrever a ressurrei??o de L?zaro, onde identifica de forma expl?cita a Maria de Betania com "a que ungiu ao Senhor com perfumes e lhe ungiu os p?s com seus cabelos". Jo?o relata a cena no cap?tulo seguinte de forma muito similar aos outros Evang?licos, n?o tachando Maria como pecadora: "Ent?o Maria, tomando uma libra de perfume de nardo puro, muito caro, ungiu os p?s de Jesus e os secou com seus cabelos. E a casa se encheu do odor do perfume". Por?m Jo?o n?o identifica em modo algum a Maria de Betania e a Maria Madalena.

Em outras fontes que n?o as Escrituras crist?s, j? encontramos uma imagem bem diferente de Madalena e sua fun??o.


Nos Evangelhos Gn?sticos ela ? vista como l?der ativa no discipulado de Cristo. Talvez fosse at?, uma professora dos ap?stolos. O gn?stico "Evangelho de Felipe" relata "a uni?o do homem e da mulher como s?mbolo da cura e paz, e estende-se ao relacionamento de Cristo e Madalena que, diz ele, era freq?entemente beijada por ele". Ele descreve Maria Madalena como "a companhia mais ?ntima de Jesus, e s?mbolo da Sabedoria Divina".

De acordo com o "Di?logo do Salvador", Maria Madalena foi uma dos tr?s disc?pulos a receber ensinamentos especiais, e era elogiada acima de Mateus e Tom?. Dizia-se que "ela falava como mulher que conhecia o Todo".
Mas, a aten??o especial que recebia Maria Madalena, acabou gerando rivalidade entre ela e os outros disc?pulos. Em "Pists Sophia", h? algo a respeito de Pedro irritando-se porque Maria Madalena dominava a conversa com Jesus. Ela parecia entender tudo o que Cristo falava, enquanto os outros, n?o tinham tanto alcance.Pedro em fun??o disso, temia perder sua posi??o de lideran?a na nova comunidade religiosa. Ele exige que Jesus a silencie e ? imediatamente censurado. Mais tarde, Maria admite a Jesus que n?o ousa falar a ele livremente porque, segundo suas palavras: "Pedro faz-me hesitar; tenho medo dele porque ele odeia a ra?a feminina". Jesus responde que quem quer que o esp?rito tenha inspirado ? divinamente ordenado a falar, seja homem ou mulher.

No "Evangelho de Maria", h? uma passagem que os disc?pulos abatidos com a crucifica??o, pedem para Maria Madalena que os animassem, contando-lhes coisas que Jesus dissera e ela em particular. Ela fala ent?o, de sua vis?o de Cristo e o que ele tinha revelado a ela. Todos duvidaram e a recha?aram.
Nos "Evangelhos Gn?sticos", Maria Madalena ? considerada uma mulher capaz, ativa, amorosa, com habilidades de conhecer e falar "o Todo", o que talvez seja uma refer?ncia ? mais alta Sabedoria, certa compreens?o que o cora??o recebe e cont?m. Maria Madalena possu?a a habilidade de saber das coisas inexplic?veis, como sua vis?o de Cristo. Ela n?o questionava este seu lado, como os outros. Ela confiava em sua fonte mais ?ntima. Ela conseguia ver os emiss?rios divinos e transmitir suas mensagens aos humanos. Como prostituta sagrada, ela era mediadora entre o mundo divino e o mundo dos humanos.

Maria Madalena tamb?m operava milagres. Conta-se que ap?s ela ver o Cristo ressuscitado, corre para contar aos outros disc?pulos. No caminho, encontrou P?ncio Pilatos e falou-lhe sobre a maravilhosa novidade.
-"Prove-o", disse Pilatos.
Naquele instante, passou ao seu lado uma mulher que carregava uma cesta de ovos, e Maria Madalena tomou um em suas m?os. Quando ergueu diante de Pilatos, o ovo adquiriu uma cor vermelho-vivo. Como testemunho desse efeito lend?rio, na catedral em Jerusal?m que porta seu nome h? uma est?tua de Maria Madalena segurando um ovo colorido.
Ali?s, o ovo ? um s?mbolo muito apropriado para este contexto hist?rico, porque ele simboliza uma nova vida. Ovos coloridos ainda hoje s?o usados com semelhante simbolismo em nossa P?scoa.
Cultuar seus s?mbolos ? uma forma de evocarmos os ausp?cios de Maria, e meditar sobre eles ? uma forma de penetrar em seus mist?rios.

Desde o in?cio da Idade M?dia, Santa Maria Madalena tem fervorosa devo??o, principalmente na Europa, de todos os destitu?dos, prostitu?dos, pecadores e despossu?dos, que est?o em busca de um verdadeiro arrependimento. V?rias institui??es foram criadas levando o seu nome, para o acompanhamento e orienta??o, principalmente, de mulheres v?timas da prostitui??o.
Diz a lenda, que ap?s a volta do Cristo para junto de Seu Pai, Maria Madalena partiu em busca do isolamento, chegou at? a costa francesa, passando o resto de sua vida em penit?ncia e adora??o ao Cristo, habitando em uma gruta. Como n?o se alimentava, anjos vinham constantemente em seu socorro, at? que veio a falecer e sua alma foi levada por um cortejo de anjos, para o c?u, junto ao seu Salvador. Em 1279 seu corpo apareceu milagrosamente na cripta da igreja de St. Maximin, em Aix-en-Provence.
Mas, Maria Madalena n?o ? s? lembrada por sua ren?ncia a sexualidade. Em a "Leyenda ?urea", Jacobo de Vor?gine a descreve como a M?e dos Reis e dos merov?ngios, governadores da Fran?a, anteriores ? Carlos Magno, reivindicar?o que descendiam dela. Dado que acreditavam que era consorte de Jesus, na realidade estavam dando a entender que descendiam de Deus.

Em quadros renascentistas , uma das imagens mais caracter?sticas de Maria Madalena ? uma mulher chorosa com um jarro de azeite de ungir em uma das m?os. Essa imagem a seguiu em forma de lenda at? Provenza, onde lhe foi dedicado um santu?rio que se ocultava em uma brecha de uma montanha, na cova de Sainte Baume, perto de Saint Maximin. Foi proclamada a exist?ncia de suas rel?quias em numerosos lugares no sul da Fran?a; se acreditava que as tr?s Marias, junto com Marta e L?zaro, chegaram em uma barca ? um lugar que se deu seu nome. "Les Saintes Maries de la Mer". A imagem do pranto se considerava uma das qualidades que definiam Maria Madalena: o voc?bulo ingl?s "maudlin" (sens?vel, chor?o) que passou ? l?ngua inglesa atrav?s da francesa, ? uma deriva??o de seu nome.

Maria Madalena, parece ter sido a ant?tese de Maria, ou seja, como se a maternidade virginal, necessita-se da mulher que n?o era casta, por?m, cujo "pecado original" havia sido redimido. O erro, que caracteriza a todo pensamento literal, de pensar que um extremo compensar? o outro, fala uma vez mais: ambas alternativas terminam por situar-se ao mesmo n?vel. Tanto virgem como prostituta s?o consideradas em termos plenamente sexuais e a diferen?a ?, a final, s? uma diferen?a entre distintos tipos de servi?os. No entanto, termina por ser Maria Madalena, e n?o Maria a M?e, quem transcende sua defini??o doutrinal: ? ela quem chorar? e preparar? o corpo sem vida de Jesus e ? ela quem presencia todas as fases do drama da transforma??o. ? ela, portanto, a mediadora entre o mist?rio da ressurrei??o e o entendimento ordin?rio dos disc?pulos, que consideram que o relato que ela lhes conta ? o relato de seu Senhor.
Maria Madalena como vemos, continua sendo uma figura proeminente na tradi??o crist? por uma raz?o psicol?gica. A dimens?o arquet?pica da natureza feminina er?tica elege uma figura para ser a portadora de sua proje??o. A quest?o ? que os seres humanos, em sua busca espiritual, t?m que encontrar uma imagem do feminino que tenha rela??o com aspectos er?ticos da Deusa. Mas a repress?o da sexualidade pelo pai crist?o manipulou a imagem de maneira que Maria Madalena fosse vista como penitente, renunciando ? sua sexualidade.

Diferentemente do homem antigo, cujo amor pelo er?tico era considerado compativel com a espiritualidade, esses lideres crist?os negaram exatamente o necess?rio para a renova??o da vida.
Maria Madalena ? uma figura feminina com que todas n?s mulheres podemos nos relacionar sem trairmos a nossa ess?ncia. Como uma prostituta sagrada, ? capaz de encerrar todos os aspectos din?micos e transformadores do feminino: paix?o, espiritualidade e prazer A imagem feminina de Maria Madalena, pode ser portadora de muitos outros significados, quando sua natureza plena for restaurada dentro da nossa psique.

A imagem da Deusa divina que personifica os aspectos risonho, radiante, s?bio, independente e sensual da natureza feminina existe desde que se tem registros hist?ricos. E pode continuar a existir em nosso tempo se permitirmos que a sua imagem seja restabelecida e que tome seu lugar de direito na compreens?o consciente.

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